Joe Orton afirma a realidade das suas personagens por meio do estilo vívido, histriónico e extravagante que as caracteriza. Ainda que, como afirma Simon Shepherd, a realidade pública seja estultificada e a linguagem pública da Grã-Bretanha obtusa e desumanizadora, existe uma realidade interior onde a farsa se cruza com a comédia negra e as personagens podem afirmar, até mesmo como forma de protesto, que ainda estão vivas. Há que reconhecer que Orton cultivou a sátira social a um nível comparável ao das primeiras obras de Bernard Shaw, e que O Saque é uma peça que ataca, nas palavras de Albert Hunt, “a demência criminosa de instituições sociais que são geralmente consideradas razoáveis e benéficas”.
Maurice Charney – Manual de Leitura O Saque, TNSJ, 2006
Das edições do TNSJ, que incluem um vasto leque de DVDs, CDs e livros que reflectem o empenho desta Casa em disponibilizar o registo de algumas das suas produções, às inovadoras peças de merchandising – construídas com o que em tempos foram materiais de divulgação –, a Loja do Teatro oferece uma diversidade de suportes que são, em grande parte, o prolongar das memórias dos espectáculos apresentados.