Centro de Documentação
Uma biblioteca e um arquivo são como provas de vida, animadas por uma ficção: nenhum documento é o primeiro, e nenhum documento é o último. Uma biblioteca e um arquivo de artes performativas (teatro, dança, música…) são provas de vida com um paradoxo dentro: conter aquilo que é, na sua essência, um acto irrepetível. No TNSJ, a criação destes contentores de memória também tem sido uma prova de resistência à fatalidade: o incêndio do Real Theatro de São João (1908) e as obras de requalificação do já então Teatro Nacional São João (1993-95) destruíram ou dispersaram 200 anos de história.
Em 2000, o Centro de Documentação surgiu para contrariar a efemeridade do gesto criativo e desdramatizar os efeitos de várias maldições documentais. Iniciou um sempre inacabado processo de recolha e tratamento de todo o material de carácter documental criado pelo TNSJ, disponibilizando-o dentro e fora de portas. Gere, desde 2001, uma base de dados, o Cinfo – Centro de Informação (alojado em www.tnsj.pt), que referencia os documentos fisicamente existentes no Centro de Documentação, funcionando igualmente como biblioteca online, já que grande parte desses documentos está também disponível no seu formato digital. E desenvolve, desde a primeira hora, uma biblioteca especializada em artes performativas, espólio que agora partilhamos com outros profissionais e com o público em geral. Instalado numa sala do Mosteiro de São Bento da Vitória, para a qual o arquitecto Nuno Lacerda Lopes desenhou uma cenografia funcional, o Centro de Documentação do TNSJ abre-se a uma comunidade de utilizadores desejavelmente capaz de colocar em movimento uma utopia do possível: que nenhum leitor seja o primeiro, e que nenhum leitor seja o último.
Centro de Informação
O sistema Cinfo – Centro de Informação tenta mediar a relação entre os diversos agentes produtores de informação num teatro e o sistema de informação de suporte à documentação teatral produzida. Este sistema teve na sua génese o objectivo de armazenar e indexar grandes quantidades de dados bibliográficos, documentos digitais, fotografias, materiais promocionais, comunicados e recortes de imprensa, entrevistas e notícias de rádio e televisão, gravações áudio e vídeo, programações de equipamentos e toda a informação documental e de arquivo numa base de dados única.
A arquitectura do Cinfo tem em conta não só o rigor documental derivado das normas internacionais adoptadas, mas também a flexibilidade necessária para uma utilização nos mais diversos contextos de actuação previstos. É, simultaneamente, orientado para servir como instrumento de trabalho dos colaboradores do teatro e para partilhar informação com elementos externos, como investigadores, professores e alunos de teatro, criadores ou o público em geral.