Num momento em que somos todos obrigados a reequacionar o valor do corpo e do seu tráfego, a luta insana deste super-herói tardo-medieval, que é Dom Duardos, pela superação do coração e da alma ao encontro do escuro lugar, sem estrelas nem lua, onde cada um e os dois amantes descubram, enfim, o absoluto do amor – ganha o valor de uma guerra santa. No palco todos gostamos de nos acreditar guerreiros. Que nos perdoe o Porto!
Ricardo Pais – Programa A Tragicomédia de Dom Duardos, TNSJ, 1996
Gil Vicente fez de Dom Duardos um verdadeiro tratado de amor, ao ilustrar a eloquência de que é possuído quem sofre a paixão, a associação do amor ao sofrimento, ao perigo, à terribilidade, e ao defender a sua ligação às leis da natura: representa-se aqui a Primavera, o florescimento pródigo, a juventude e beleza femininas.
Margarida Vieira Mendes – Programa A Tragicomédia de Dom Duardos, TNSJ, 1996
Das edições do TNSJ, que incluem um vasto leque de DVDs, CDs e livros que reflectem o empenho desta Casa em disponibilizar o registo de algumas das suas produções, às inovadoras peças de merchandising – construídas com o que em tempos foram materiais de divulgação –, a Loja do Teatro oferece uma diversidade de suportes que são, em grande parte, o prolongar das memórias dos espectáculos apresentados.