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LOJA DESTAQUE
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Emilia Galotti

Esta peça é um repositório de inteligência, de sabedoria, de pontos de vista sobre o mundo; nela se manifesta uma enorme cultura. Comparados com ela, nós voltámos a ser bárbaros.

J.W. Goethe – Conversa com Friedrich Wilhelm Riemer, 4 de Março de 1812

 

Afinal, o que é essa Emilia Galotti, tão admirada e sem dúvida digna de admiração? Indiscutivelmente um grande exemplo de álgebra dramática. Não podemos senão admirá-la, a esta obra-prima do puro entendimento, criada com muito suor e sofrimento; temos de a admirar friamente, e ficamos frios de admiração.

Friedrich Schlegel – “Sobre Lessing”, 1797

 

[Emilia Galotti] é uma das poucas obras “modernas” – fria e clara, sem os excessos já românticos do próprio Werther [de Goethe] – do seu tempo; de uma obra que coloca a situação trágica sob a luz da modernidade possível na época: a da escolha da morte livre, e não do suicídio (a língua alemã distingue mais claramente entre as duas coisas). Por razões éticas, e não por sujeição a um qualquer “destino”. É a – paradoxal, já o dissemos – afirmação do sujeito burguês na pessoa de uma personagem de mulher à primeira vista (e durante quase toda a acção, à excepção do final) apagada e distante, sem presença e dependente. Mas Emilia, como Werther, revela a força das suas fraquezas ao mostrar (contra a ideologia dominante da família patriarcal transformada em microcosmo que espelha a própria sociedade) que não se nasce nem se morre apenas por um determinismo biológico, por obra e graça de um destino imponderável (antigo) ou radicado no próprio carácter (moderno, shakespeariano), mas por decisão.

João Barrento – Do Prefácio

 

  • Título
  • Emilia Galotti
  • Autor
  • Gotthold Ephraim Lessing
  • Tradutor
  • João Barrento
  • Ano
  • 2011
  • Edição
  • Húmus
Artigo indisponível

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