Comunicados
ALMA
de Gil Vicente
encenação Nuno Carinhas
O Teatro Nacional São João estreia a 9 de Março o espetáculo Alma, a nova encenação de Nuno Carinhas. É o regresso do encenador à obra de Gil Vicente, dois anos depois de se ter ocupado do mistério vicentino que é o Breve Sumário da História de Deus.
“Uma coisa bela é uma alegria que dura para sempre”. Foi com este verso de John Keats que o tradutor inglês do Auto da Alma, Aubrey Bell, descreveu há quase cem anos aquele que é considerado o cume do drama litúrgico português e uma das mais perfeitas realizações da arte medieval.
O Auto da Alma foi escrito entre a composição da Barca do Inferno e da Barca do Purgatório, que ao contrário destas não situa a ação no território post mortem, mas recria a ancestral metáfora da vida como peregrinação – um caminho de provação, mudança, descoberta.
Com os seus diabos, anjos, doutores da Igreja e uma “Alma caminheira” que é, a um tempo, alegoria de todas as almas e expressão dramática de um carácter individual, Alma questiona, com rara força interpeladora, a natureza humana, a sua liberdade e o seu destino último, a sua inscrição no tempo e a sua demanda de eternidade.
Ao elenco composto por oito atores, Nuno Carinhas, responsável também pelos figurinos da peça, convocou a jovem atriz Leonor Salgueiro para desempenhar o papel de Alma. Legendado em inglês, o espetáculo conta ainda com a cenografia de Pedro Tudela, desenho de Luz de Nuno Meira e desenho de som de Francisco Leal.
Ao longo de quase dois meses de representações, até ao dia 28 de Abril, estão programadas diversas atividades paralelas. Destacamos nos dias 17 e 24 de março as conferências Estados d’Alma, com coordenação de Pedro Sobrado que assina, em conjunto com Nuno Carinhas, a dramaturgia da peça.
02/03/2012